Quatro inspirações, quatro formas de interpretara a água:

Orvalho, água que surge de forma delicada e sutil, relacionado à suavidade da natureza e à importância da preservação nos detalhes. Para esta inspiração o perfumista Edison Fugita pensou numa fragrância eu nasce como um instante de trégua, se tornando símbolo de respiro sensorial e emocional, assim como uma lágrima. Orvalho se forma a partir da umidade do ar consensada pela diferença de temperatura entre o dia e a noite. Ou seja, ele não depende de chuva ou de fontes de água abundantes. Desta maneira, se torna um gesto de delicadeza num mundo em exaustão, um respiro entre os extremos.

Chuva, num mundo onde tudo esquenta, onde a terra racha e os rios secam, a chuva é redenção, ela chega leve, mas transforma tudo, é uma ode à esperança que vale a pena. Carrega o cheiro da terra molhada e o ar carregado de promessa. Ela não vem para refrescar, mas para regar renovação. Para esta inspiração o perfumista Wesley Germano pensou numa fragrância que celebra o ciclo da esperança, quando a terra está seca demais para sonhar, e espera pela chuva, e quando ela simplesmente vem, traz consigo renascimento, e a certeza de que a natureza ainda respira.

Geleira, santuário branco que impõe pausa e que exige reverência, inspira uma fragrância com a elegância da resistência, sem excesso. Se o planeta queima, a geleira resiste, ela é tempo congelado e memória sólida. Enquanto tudo derrete em velocidade, ela permanece ali, imensa, silenciosa, imóvel como um santuário branco. Mas ela também é frágil e por isso tão preciosa. Para esta inspiração, a perfumista Juliana Tolotti pensou não apenas em uma fragrância fria, mas contemplativa, serenas e monumental, que evoca o silêncio do gelo milenar, que reflete a luz difusa da imensidão branca, e o ar puro que corta como navalha ao mesmo tempo que purifica, esta fragrância não é sobre o frio, mas sobre a força que resiste sem pressa.

MAR, diante do calor sufocante da superfície e do caos da vida moderna, o mar profundo oferece um refúgio que não é invisível, mas é sentido. Lá embaixo o tempo desacelera, o som desaparece, as temperaturas são constantes e frias. Não há excesso, só movimento lento, beleza oculta e tranquilidade. Para esta inspiração a perfumista Lucina Bergamaso pensou numa fragrância que se inspira no azul profundo e enigmático do fundo do mar, onde luz e sombras dançam com elegância onde a mente pode encontrar um refugio.