Você sabia que há muitos séculos a Itália ostentava o título do país dos perfumes? Não sabia? Então senta que lá vem história...

No século XV, Florença era uma cidade proeminente, importante centro intelectual, cultural e econômico, foi também berço do Renascimento italiano, um movimento artístico que apresentava uma nova abordagem sobre o homem e a natureza. Entre as várias famílias ricas da cidade, uma se destacava, a família Médici, dona da mais importante instituição econômica de Florença, o banco Médici. Eles comandavam a cidade, e possuíam forte influência no cenário político da Europa. Os Médici patrocinavam o trabalho de vários artistas, entre eles Michelangelo e Leonardo da Vinci.

Através do renascimento italiano, a paixão pelos perfumes se espalhou por toda Europa. Banqueiros florentinos e armadores venezianos fizeram fortunas com a importação de especiarias do Oriente como: âmbar, canela, cânfora, noz-moscada, sândalo e incenso.

Naquela época, cabeleireiros e perfumistas de Florença, Veneza e Milão criavam águas florais, e misturavam substâncias odoríferas com água pura, vinho e conhaque. Os mosteiros produziam perfumes, remédios, unguentos e fórmulas a base de ervas, que eram cultivadas nos seus próprios jardins.

O patriarca desta família, Lorenzo de Médici, o magnífico, tinha grande influência, no Vaticano, fato que que possibilitou um importante contrato; o casamento de sua filha Catarina com Henrique, duque de Orléans, filho do rei francês Francisco I.

Em 1533, por ocasião do seu casamento, Catarina encomendou um perfume no Mosteiro de Santa Maria Novella. Em homengem à futura rainha da França, recebeu o nome de de L´Acqua della Regina, um perfume fresco com essências cítricas onde predominava a bergamota da Calábria.